A Artesã fashion

Fabia Bercsek procura novos ares na carreira. Depois de quase 10 anos criando coleções que foram exportadas para vários países, a estilista e ilustradora resolveu diminuir o ritmo e se dedicar à produção de forma mais "artesanal". "A realidade do mercado me prendia muito. Parti para o artesanato, para que eu pudesse desenvolver ilustração, pintura ou bordado, sem ter uma equipe enorme trabalhando nisso. Quero eu mesma fazer. Vou lançar minhas peças aleatoriamente e vender pela Internet", conta Bercsek.


Aos 31 anos, ela se despediu da São Paulo Fashion Week (SPFW) na edição de janeiro deste ano, quando apresentou suas criações para o Inverno 2010. "Não queria viver mais a loucura de lançar coleções a cada 4 ou 6 meses e ter de preparar todo um desfile. Eu queria mais liberdade. Está sendo um alívio." Para a estação, Fabia aposta nos pés. "Um look medieval deixa a mulher com um visual mais forte. Botas até os joelhos, saltos, correntes... Só não tem regra para cores. Cada mulher tem de escolher a cor ideal para seu visual e sua personalidade."

"Parti para o artesanato, para que eu pudesse desenvolver ilustração, pintura ou bordado, sem ter uma equipe enorme trabalhando nisso."

A estilista diz ter se inspirado nas questões históricas femininas para fazer seus desenhos. "O futuro é um panorama do passado, a história me inspira para ver a vida no presente", revela.

Sua experiência com ilustrações foi o diferencial nas peças que criou ao longo desse período. "Até agora, eu fui uma ilustradora que, como estilista, estampava minha marca. Equilibrei bem as coisas, nunca deixei de pintar, seja com tinta acrílico, óleo ou aquarela. Eu tinha pouco tempo, mas me programava para isso." Ela lembra de que seu trabalho começou a ser reconhecido internacionalmente em 2001. "Minha primeira nota foi publicada na Paper Magazine (NY)." Desde então, já estampou as páginas do Fashion Illustration Next, publicação que reúne os melhores ilustradores da moda, além das revistas Flaunt (EUA), Nylon (Japão) e Xfun (China).

"Exporto para o Japão há 7 anos e recebo propostas da Europa, dos Estados Unidos e da Arábia. Algumas coleções zeram sucesso em alguns países, mas não em outros. Por exemplo, a Arábia não comprou a que tinha estampas femininas, pois lá não é permitido, mas, no Japão, houve bastante procura", exemplica. Em julho, Fabia pretende realizar uma festa para comemorar os 10 anos da marca que leva seu nome.