A montagem da talentosa diretora Desirée Pessoa, veio da vontade do grupo Neelic de compartilhar com o público algumas sensações humanas. E de fato eles conseguiram arrancar também dos espectadores muitas delas. No palco eles deixaram em evidência a relação entre os personagens, que deixou vir à tona de forma muito comovente, sentimentos que oscilavam entre o amor e o ódio.
A construção do texto se deu a partir de alguns trechos de contos de Marguerite Yourcenar, de Katherine Mansfield, do filósofo Jean-Paul Sartre, da escritora e atriz gaúcha Vera Karam; da escritora brasileira Lygia Fagundes Telles; do cineasta Woody Allen, entre outros.
A linguagem é a da sutileza e riqueza de detalhes. Segundo Desirée Pessoa, o cenário é uma enorme “caixa branca”, o oposto da “caixa preta” do teatro convencional. "Para que, cada mínima parte de cor seja percebida e ampliada, fortalecendo o marco estético adotado pelo grupo" diz. “É importante ressaltar que, características diversas de energias são trabalhadas em cena, de tal forma que a peça não pode ser classificada em algum gênero. Ela pode ser considerada ao mesmo tempo, forte, frágil, delicada, engraçada, explosiva, séria, etc. Sem dúvida, é a interferência do grupo Neelic na contemporaneidade”, enfatiza a diretora que também integra o elenco ao lado de Juliana Wolkmer, Fabiana Montin e Silvio Ramão.
Sem dúvida foi uma ótima temporada para o grupo e para o público que teve a oportunidade de acompanhar tanto talento e vivenciar experiências no mínimo únicas. E faz acreditar que o teatro ainda guarda e mantém seu espaço inabálavel em nossa cidade e dentro da nossa cultura.
Outras informações no site www.neelic.com.br, ou email teatro@neelic.com.br