MAC se desculpa por Produtos inspirados em Violência no México

Após provocar polêmica por escolher os altos índices de violência no México como tema de coleção, a empresa canadense MAC se desculpou e prometeu ajudar as vítimas de conflito. Em nota oficial, afirmou que destinará uma parcela do lucro com os produtos a famílias afetadas, mas disse que ainda estuda como isto será feito.

Ciudad Juarez, no estado mexicano de Chihuahua, na fronteira com os Estados Unidos, deixou de ser apenas conhecida pelos altos índices de assassinato e estupro quando passou a ser o nome de um esmalte da nova coleção da MAC, em parceria com a empresa norte-americana Rodarte.

Não é apenas o esmalte que tratou do tema, mas também batons acinzentados e sombras escuras e, principalmente, as fotos de divulgação da campanha, que desagradaram as clientes. Nelas, as modelos estão maquiadas e vestidas de branco para parecem mortas. Segundo a marca, o objetivo da linha é “retratar a cultura mexicana de modo geral”. Porém, a violência do país também parece ter fascinado os criadores.

A coleção foi criticada por mexicanos que tiveram familiares assassinados em Ciudad Juarez, e por alguns blogueiros que avaliam produtos de beleza. Uma das críticas publicada o blog Frisky diz:

“Ainda que doem para ajudar os familiares de vítimas de Juarez, é uma maneira estranha de sensibilizar as pessoas diante da violência contra a mulher. O próximo batom deles vai se chamar Bergen-Belsen [um dos campos de concentração nazista]?”

Na justificativa, a empresa afirma que a escolha do nome Juarez foi feita para lembrar o alto índice de assassinatos em Juarez - seis mil mortos de janeiro a julho de 2010.

Além de Juarez, "Ghost town" (cidade fantasma) e "del Norte", em referência às cidades da região norte do México, que tem os índices mais altos de violência por estarem na rota do narcotráfico internacional, são nome de cores de maquiagem.

Chihuahua, e principalmente Ciudad Juárez, é cenário de uma disputa entre cartéis das drogas pelo controle das estradas para os Estados Unidos.
 Mais de 7.000 pessoas foram assassinadas este ano no México em crimes relacionados ao narcotráfico, o que eleva o total para mais de 24.800 desde dezembro de 2006, quando o presidente Felipe Calderón assumiu, segundo dados oficiais.